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Empatia na telinha: a importância da representatividade de PCDs

Imagem de fundo azul, com cinco pessoas. Nenhuma delas tem rosto. A mulher da esquerda é negra, de cabelos pretos e lisos, está usando uma saia azul, um casaco amarelo, e sapatos da mesma cor. Ela está segurando uma câmera fotográfica. Ao lado dela, há uma senhora branca, de cabelos brancos e lisos, e que tem uma perna mecânica. Ela está usando um vestido laranja, e sapatos pretos. Está segurando um microfone de cor verde. Ao centro, há uma mulher branca, de cabelos pretos, e que tem apenas um braço. Ela está usando um chapéu de engenheira que é amarelo. Está de calça e camiseta de manga comprida, ambas azul-marinho, e usa um tênis laranja. Ao lado dela, há um mulher negra, de cabelos crespos e ruivos, está com uma camisa azul clara e uma calça cinza. Ela usa também uma bolsa de tiracolo laranja, e sapatos pretos. Essa mulher possui deficiência visual, e está usando um óculos preto. Por fim, há um homem branco, de cabelo curto e barba marrom, sentado em uma cadeira de rodas, segurando uma bola de basquete. Ele está usando uma regata verde-água e sapatos da mesma cor, além de uma bermuda azul marinho. Fim da descrição, imagem traz exemplo de representatividade de PCDs.

Todo mundo tem aquele filme que já assistiu umas 10 vezes. Ou já ficou doido para maratonar todos os episódios daquela série. E até mesmo, já deixou de sair de casa para assistir o final daquela novela – mesmo sabendo que iria ser reprisada no dia seguinte 😂

Não dá para negar que o conteúdo audiovisual é uma das principais fontes de entretenimento da atualidade. Quem nunca correu para o Youtube quando o tédio bateu, não é mesmo!? Não é por acaso que até 2020, 80% dos conteúdos que vão circular pela internet serão audiovisuais. Mais do que entreter, esse formato pode ser muito informativo.

A mídia tem tanto poder de criar hábitos e tendências, quanto de difundir e propagar um pensamento. Esses conteúdos são projetados para aumentar a nossa percepção do mundo. E, por isso, em pleno século XXI, não dá mais para fechar os olhos para a diversidade e é preciso representá-la nas telinhas.

Por ter um forte poder informativo, o conteúdo audiovisual é um canal muito importante para mostrar a realidade das pessoas com deficiência. Isso pode ajudar todos a quebrarem a barreira atitudinal que há dentro deles. Afinal, conhecer a realidade do outro também é praticar um pouco de empatia.

Onde estão as pessoas com deficiência?

Atualmente, cerca de 1 bilhão de pessoas têm alguma deficiência no mundo segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde). Só no Brasil, o número de pessoas com deficiência representa cerca de 8% da nossa população. Muita gente, não é mesmo!? Mas vamos parar para refletir por um momento. Quando a gente fala de filmes, novelas ou até mesmo propagandas: quais personagens com deficiência você se lembra de ter visto? Eles eram o protagonista?  Foram interpretados por algum ator com deficiência?

Aposto que a lista não foi muito grande… A indústria audiovisual ainda está no seu despertar quando o assunto é representatividade. E isso é ainda mais claro quando se trata de pessoas com deficiência. Por isso, os números ainda deixam muito a desejar. Segundo a pesquisa TODXS, realizada pela agência Head, a representatividade de pessoas com deficiência em comerciais brasileiros não chegou a 0,12% no último ano. Um outro estudo, o Diversity and Social Change Initiative, analisou os 100 principais filmes lançados em 2015. O resultado encontrado foi que o número de personagens com deficiência foi de 2,4%. Não precisa ser nenhum gênio da matemática para perceber que, infelizmente, esses números não chegam nem perto de representar a realidade.

Buscando reverter essa situação, surgiu a Gadim (Aliança Global para Inclusão de Pessoas com Deficiência na Mídia e Entretenimento) lançada na ONU em 2016. Essa iniciativa incentiva ações na mídia que promovam representações de pessoas com deficiência. Ela está presente no Brasil e em todo o mundo.  O projeto foi baseado no Artigo 8 da Constituição dos Direitos Humanos, que acredita no poder da mídia como ferramenta de conscientização e inclusão.

História da língua de sinais (Libras): Imagem retangular, na horizontal, com fundo laranja escuro. No canto esquerdo há uma cadeira de rodas e um olho e uma orelha com traços em cima, simbolizando diferentes deficiências. No centro lê-se em branco "Como investir em acessibilidade pode ser um trunfo no crescimento da sua organização.". No canto direito há um botão amarelo retangular de bordas arredondadas, com o texto em laranja: Baixe o ebook grátis". Fim da Descrição.

Para você se inspirar

Tem histórias que tocam a gente de uma maneira que não dá nem para explicar, né!? Também tem personagens com os quais nos identificamos tanto, que, às vezes, até pensamos que foram inspirados na gente. É a individualidade de cada personagem que o conecta profundamente com determinado público. E isso, mostra o espaço dele na sociedade, o que quebra preconceitos.

A Apple, empresa de tecnologia, lançou em 2017 uma série de vídeos, nos quais aparecem pessoas com deficiência realizando as mais diversas tarefas do dia a dia. Neles, é possível ver como a tecnologia pode ser uma grande aliada nesses momentos. O Boticário lançou a campanha de final de ano Tem gesto que não só fala, canta, que mostra que a inclusão está a um gesto de distância.

Personagens com deficiência podem sim ser super heróis. Esse é o caso do Demolidor, personagem dos quadrinhos da Marvel, que conquistou as telinhas com um filme lançado em 2003. Recentemente, a história virou uma série original da Netflix. Ele não perde por nada pro Capitão América, viu!? Já o Artie, da série Glee, mostra para gente como é possível ser cadeirante e arrasar MUITO na pista de dança! A série teve mais momentos de inclusão.  Em um episódio há a apresentação de um coral de surdos, que termina com cover emocionante de Imagine em inglês e ASL (American Sign Language).

Como a gente viu, o número de personagens com deficiência está longe de representar a realidade. Mas estamos na torcida para que eles conquistem seu espaço no universo audiovisual. Essa uma esperança que ganha mais força com o surgimento da Gadim. Quem sabe a gente não volta com um post especial sobre mais personagens e histórias que inspiram nossos corações!

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