Música para Surdos

A primeira vista pode parecer diferente, afinal: música para surdos? Não é de som que se faz música? Pois hoje a gente trouxe exemplos e várias informações que vão abrir sua cabeça em relação à Arte Acessível 😉
Se você é ouvinte, deve estar pensando: como assim, música para surdos?! Se você for surdo, sabe exatamente do que estamos falando. Somos seres musicais e a apreciação dos ritmos e melodias é necessária a todos, independente da audição. Para os surdos, a música pode ser sentida de dois jeitos diferentes: por meio de vibrações ou com um intérprete de Libras.
Geralmente, para os ouvintes, o som (que é uma onda capaz de se propagar pelo ar a partir da vibração de suas moléculas) vibra os ossos e membranas dos ouvidos que são traduzidos em estímulos elétricos e direcionados ao nosso cérebro, que os interpreta. Quando a pessoa é surda, ela recebe essas mesmas vibrações, mas geralmente, existe algum problema nessa comunicação com o cérebro, que acaba não reconhecendo as vibrações como sons. Isso não significa que ela não sinta a música, aliás, geralmente ela é mais sensível do que os ouvintes e pensar nela como alguém que também vai consumir o conteúdo produzido, faz todo o sentido.
É isso que permite iniciativas super legais como o Samba com as Mãos, no qual a Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida de São Paulo leva surdos para assistirem ao Carnaval Paulistano e sentir a vibração da bateria, ou como a Banda do Silêncio, composta apenas por crianças surdas tocando instrumentos.
Outra maneira de fazer a música acessível aos surdos é o recurso do interprete em shows, concertos e vídeo clipes. Sobre essa iniciativa mega legal, a gente entrevistou a Luíza Caspary, cantora e super amiga do Hugo. Ela sempre tem disponíveis os recursos acessíveis em suas apresentações e dividiu um pouquinho com a gente da sua experiência 😉
Blog do Hugo (BH): O que te despertou para o tema da acessibilidade na música, para colocar todos os tipos de acessibilidade nos seus shows?
Luíza (Lu): A música entrou muito cedo na minha vida, desde que eu era bem pequenininha. Em 2010, minha mãe – Márcia Caspary – fez um curso de Audiodescrição e me passou o conteúdo que havia aprendido. Desde então, eu descobri um novo mundo de possibilidades dentro da inclusão e a partir disso, depois de ter gravado um videoclipe com este recurso, eu passei a querer que meus shows também fossem acessíveis 🙂 já que meus vídeos estavam sendo, então incluí Libras e legendas. Com isso, eu conheci muitas pessoas com deficiência e tenho muitos amigos que me ajudam a melhorar cada vez mais nesse sentido!
BH: Que legal! E Você tem alguma história bacana dos surdos que foram ao seu show? Sobre a experiência deles, o que eles acharam e que tipos de adaptações você precisou fazer para que o show ficasse acessível pra eles?
Lu: O primeiro show acessível que eu fiz tinha só audiodescrição e intérprete de Libras. Ao final do show uma das pessoas da plateia chamada Renata Lé , falou comigo. Ela disse que tinha feito implante coclear e por isso seria muito mais interessante que também tivesse legendas, já que ela tinha passado a escutar e queria aprender e estudar mais a nossa gramática. Ela também me explicou que muitos surdos não se comunicam através de Libras e por isso a importância das legendas. Então quanto faço o show acessível, significa que ele tem esses 3 recursos e também acessibilidade para cadeirantes. E sim! Eu tenho várias histórias de amigos surdos que vão ao show e contam a experiência de cada um. A primeira foi a da Renata. Como eu trabalho com intérpretes diferentes, o público vai tendo o seus favoritos, e eu sempre procuro trabalhar com os intérpretes que eles mais elogiam 🙂
BH: E Luiza, quais ações você julga necessárias para que a arte seja mais acessível no Brasil, tomando pela sua experiência?
Lu: As ações devem partir de nós, artistas! Porque a mídia e as plataformas digitais infelizmente não estão preparadas para isso. O que eu faço é meio que tirar leite de pedra, incluindo textos grandes e extras para descrever fotos para os usuários com deficiência visual, inserindo legendas nos vídeos do YouTube e Facebook, que é uma ferramenta básica é fácil de usar e as pessoas não atinam a importância disso!
E em relação à Libras, invisto contratando intérpretes de Libras para alguns vídeos e shows, sempre que consigo, e no meu site utilizo o Hand Talk, que salvou minha vida e é super pratico, inclusive uso o app para estudar no celular. E é justamente isso que me deixa indignada… Se eu consigo gerar material acessível, site acessível, como grandes empresas e artistas que tem verba pra isso não fazem? Tratam como exceção. Acessibilidade é direito, é prioridade, e as plataformas digitais precisam se movimentar pra isso, YouTube, Facebook, Instagram, Soundcloud, Snapchat, todos! Vamos acordar que o mundo exclui demais e isso precisa mudar. Quando o mundo, a internet e os espaços públicos, culturais e privados forem pensados para TODOS, sem “padrões” as deficiências irão desaparecer e a independência e igualdade irá vencer!
O trabalho da Luíza é incrível! Você consegue saber mais no site LuizaCaspary.com.br e no Canal do Youtube da Luíza 🙂 Muito legal saber de tudo isso, né? Então acompanhe sempre o nosso Blog, pra ficar em dia com o que existe sobre Acessibilidade!
Poxa até que fim encontrei o artigo que estava precisando
e ajudou muito. Infelizmente na internet e no youtube
não encontrei bons conteúdos sobre esse assunto.
Compartilhado nas redes sociais.
Que bom! Ficamos felizes em ajudar, volte sempre para mais conteúdos como este!
Muito interessante, e parabéns pela iniciativa!
Parabéns pela iniciativa. Que haja mais pessoas enganadas no projeto. Vamos despertar consciências e ajudar na propagação de que todos são iguais e valorosos.
Estou,emocionada e apaixonada com esse trabalho!!!Tenho uma filha de 3 anos com def.auditiva e estou descobrindo um novo mundo,através das libras.
Nota 10
Show de bola Ameiiiii
Estou encantada por perceber a sensibilidade da cantora, em realizar a inclusão musical, para um público heterogêneo !!!!
Bastante interessante! 😉
Meu nome é roque,e sou amante do rock desde criança,e parabenizo por esse lindo trabalho, é um dom de Deus,na minha igreja batista em Floripa ,também tem surdos e mudos ,eles são uma benção,fica com Deus.
Amei de verdade <3 parabéns!
Muito bom… Desenvolvo um projeto de música para surdo ensinando eles a tocar flauta doce, e posso afirmar que eles são capazes de tocar e sentem as vibrações bem de perto quando tocam
Excelente! Merece ser divulgado e incentivar outros Estados e Municípios que sigam o blog do Hugo e as comunidades surdas o belíssimo trabalho desses jovens e educadores.Parabéns!
Fiquei emocionado, são atitudes como a da Luiza que tornam o mundo melhor para quem vive na exclusão.
Parabéns!!
Parabéns! Estou engatinhando no mundo da LIBRAS mais a cada passo um aprendizado diferente e emocionante.
Adorei. Excelente iniciativa. Eu sou intérprete de libras, e gostei muito do conteúdo. Parabéns!
Adorei!
Muito legal tenho uma prima surda e ela agora usa aparelho auditivo e acho muito legal a lingua deles
Simpleste maravilhoso. Exemplo de dignidade e respeito a si próprio e ao outro, encantada
Oi boa tarde
Eu sou surda 😁
Post muito bom estão de parabéns