Por Weila Mesquita da Agenda Edu
O ensino da Língua Brasileira de Sinais (Libras) na escola, além de ser uma educação inclusiva, é responsável pela formação de alunos surdos no país, criando novas possibilidades para essas crianças.
No entanto, embora a inclusão social e acessibilidade sejam assuntos pautados na atualidade, nota-se que a comunidade surda enfrenta muitas dificuldades no que diz respeito a comunicação e educação.
Muito se fala sobre a importância da aprendizagem de uma segunda língua na infância, mas raramente vemos a Língua de Sinais sendo utilizada como uma opção para crianças ouvintes.
Precisamos falar de inclusão nos primeiros anos de vida. Para isso, é preciso trazer para as crianças a realidade de quem tem deficiência, assim podemos sensibilizá-las para as diferenças.
Há um crescente número de estudos internacionais que revelam as vantagens especiais do aprendizado de Línguas de Sinais por pessoas sem deficiência auditiva. Para Marilyn Daniels, a Língua de Sinais é um fator significante no desenvolvimento cognitivo, melhorando as habilidades de atenção das crianças, a discriminação visual e a memória espacial.
Ao ensinar a Língua Brasileira de Sinais para crianças, pretendemos oferecer a elas não somente as vantagens e os benefícios comprovados em pesquisas internacionais, mas de promover a Libras, de aprender sobre a cultura surda e, sobretudo, a possibilidade de poder se comunicar com seus pares diferentes valorizando a diversidade desde a Educação Infantil.
Diante de tanta diversidade de pensamento, cultura, valores e saberes, o professor precisa ter um repertório diversificado e entender que cada criança possui suas particularidades, dificuldades e limitações.
Quando essa diversidade inclui surdos, a escola deve estar preparada para realizar todo o processo de inclusão para seu pleno desenvolvimento e integração na comunidade escolar. Ela deve também atuar conjuntamente com os professores para que a formação dos educandos que têm como primeira língua a Libras, ocorra neste idioma.
Escola e professores devem estar preparados para atuar no ensino da Libras tanto como primeira e segunda língua, para os diferentes perfis de crianças. Portanto, diversificar sua metodologia de ensino se faz necessário, e o lúdico vem como um caminho para ser adaptado e utilizado pelo corpo docente.
O Ensino Lúdico está entre as práticas pedagógicas mais utilizadas em sala de aula na Educação Infantil e nos primeiros anos do Ensino Básico. Por meio das atividades constituídas por jogos e brincadeiras, é possível incentivar a criatividade e a imaginação, despertando o interesse dos pequenos pelo conhecimento e ajudando em seu desenvolvimento.
Sabe-se que o lúdico, por utilizar uma linguagem própria do universo infantil, confere uma maneira quase inconsciente de aprender, de maneira muito mais prazerosa e eficaz. Além disso, as atividades lúdicas ajudam na compreensão das regras sociais, de cidadania, desenvolvem a memória, as habilidades físicas e ensinam as crianças a começarem a lidar com suas próprias emoções.
A dica é: crie jogos em que todos os alunos possam aprender juntos a Língua Brasileira de Sinais, um jogo de cartas, memória, estimulando a necessidade do visual, do gesto, do contato direto com o objeto.
O papel da escola é formar cidadãos, transmitindo valores éticos e morais, conhecimentos e desenvolvendo habilidades no educando, por meio do processo pedagógico de ensino-aprendizagem, preparando-os para o exercício da cidadania e sua preparação para vivência em sociedade, de forma atuante, crítica, transformadora.
Lembrando que a partir do Decreto Lei 5.626/2005 (BRASIL, 2005) ficou estabelecido que a Libras constitui-se como disciplina curricular obrigatória nos cursos de formação de professores, nos cursos de fonoaudiologia e nas licenciaturas em geral.
É importante que a sociedade discuta esse tema, para que seja cada vez mais inclusiva e possa compreender e construir espaços sociais para os surdos ocuparem. As pessoas com deficiência têm um canal diferente de ver o mundo, mas tão importante e singular que só contribui para a valorização da diversidade humana.
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Fontes: Nova Escola | Educação Pública