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Acessibilidade em eventos: 6 dicas para seu planejamento

Fundo verde e transparências do símbolo internacional de acessibilidade de ONU. Compõem a imagem: O desenho de um megafone branco, vermelho e cinza. O avatar de uma mulher branca palestrando. E o desenho de um calendário todos dispostos em fila com um círculo ao fundo.

Por que falar de acessibilidade em eventos é tão importante? No Brasil, 17 milhões de pessoas possuem algum tipo de deficiência. Esse dado do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) não chamou sua atenção à toa: o número equivale a 8% da população do país inteiro. E, cada vez mais, discussões relacionadas à diversidade e à inclusão têm desafiado as pessoas a refletirem sobre como ter uma sociedade e ambientes onde os mais diferentes públicos sintam-se acolhidos e respeitados.

É ai que a acessibilidade em eventos assume um papel de extrema importância, pois tem como propósito contribuir para que seu evento seja um sucesso e entregue uma ótima experiência a quem participa.

Pensando nisso, elaboramos uma lista especial para tornar seu evento acessível e deixar os participantes muito mais confiantes para aproveitar tudo do começo ao fim. Afinal, seguir as regras de inclusão demonstra credibilidade e preocupação da empresa para atender com igualdade todos os participantes.

Confira as dicas!

1. Conheça o seu público

Antes de qualquer tomada de decisão, é importante tirar um tempinho para descartar qualquer dúvida sobre os participantes. A primeira coisa que você deve entender são as nomenclaturas e a maneira de se referir corretamente ao seu público.

O termo “pessoas com deficiência” se refere à deficiência visual, auditiva, intelectual ou física. Já “pessoas com mobilidade reduzida” diz respeito aos idosos, gestantes, obesos e pessoas com criança de colo.

Saber disso é a receita para começar o seu planejamento – e a gente fala dele agora, aqui embaixo.

2. A acessibilidade em eventos começa no planejamento

Um bom planejamento tem a capacidade de te dar a dimensão do evento – seja ele grande ou pequeno – e pode amenizar os riscos e contratempos que possam aparecer durante a organização, no dia e até no pós evento.

Ele é feito para que você não se esqueça de nenhum detalhe importante. Além de definir estratégias, planejar vai facilitar o trabalho do organizador e elevar o rendimento nas atividades.

Para auxiliar a visualização de todos os dados, uma boa dica é criar uma planilha ou documento, que pode ser feita no Excel ou Google Drive. Nela você precisa deixar claro todas as ações, prazos e nomear os responsáveis pelo cumprimento das metas. Ah! E fique à vontade para atualizar o planejamento diariamente, afinal ele será o seu guia durante todo o evento!

Para facilitar ainda mais a sua vida, separamos alguns pontos que merecem atenção especial na hora de planejar.

O local

Verifique se o ambiente é espaçoso. A entrada e saída devem ser bem distribuídas, com rampas e corrimãos que facilitem o deslocamento. Caso o seu espaço não seja projetado para receber esse público, você pode optar por alugar equipamentos móveis, como cadeiras especiais. Além disso, é importante lembrar que o espaço deve ser apto para receber os cães-guia das pessoas com deficiência visual.

A comunicação

Na hora da comunicação, o segredo é não se prender a uma única ferramenta. Invista nos materiais em braille para divulgação da localização e programação. Um mapa do local com o mesmo princípio de escrita tátil, também é bem-vindo.

Aposte na divulgação em mídias sociais, utilizando uma linguagem inclusiva. Uma boa dica é usar as hashtags  #PraTodosVerem e #PraCegoVer nas legendas e descrever as imagens postadas. Assim, o conteúdo fica acessível para as pessoas com deficiência visual e a interação desse público com o conteúdo aumenta.

O transporte

Sem um meio de transporte adequado os seus convidados não vão conseguir chegar tranquilamente ao evento, e isso pode ocasionar transtornos até mesmo para a sua programação, que pode sofrer atrasos e diminuir a expectativa do participante.

Por isso, é importante verificar se o local do evento é acessível por transporte público e está preparado para receber as pessoas com deficiência com o devido conforto.

As atividades

Depois de checar tudo isso, chegou a hora de planejar as atividades do evento que – acredite – não será uma tarefa complicada, já que você organizou tudo desde o começo. Uma boa dica é: pense sempre na experiência dos participantes. É ela que vai ficar na mente do seu público depois que o evento acabar.

Para isso, organize a sua programação pensando em atividades acessíveis. Você pode oferecer oficinas musicais e culturais, destinadas às pessoas com deficiência, ou até mesmo disponibilizar livros bilíngues (em português e Língua de Sinais), que são traduzidos através da inserção de vídeos com o conteúdo em Libras, em cada página, podendo ser acessados através de tablets e smartphones.

Imagem de fundo roxo, com o sinal de acessibilidade à esquerda. Ao lado direito da figura está escrito: o guia final de ferramentas de acessibilidade digital.

3. A acessibilidade do espaço físico

Além da escolha de um bom espaço para acomodar adequadamente os convidados, precisamos lembrar das áreas externas. A acessibilidade em eventos deve estar presente desde as vagas do estacionamento, que precisam ser bem sinalizadas e localizadas próximas à entrada, até o banheiro, que precisa estar adaptado para crianças ou pessoas com nanismo, cadeirantes e idosos.

Lembre-se: cadeirantes precisam de um vão livre de 80cm para proporcionar o giro da cadeira de rodas. É interessante etiquetar as portas em braille, próximo à maçaneta, para dar autonomia aos usuários, indicando os sanitários femininos e masculinos.

Por último, acessibilidade em eventos também envolve a alimentação dos convidados. Não é apenas sobre o preço, mas também sobre a variedade de produtos. Aposte em comidas mais leves, com menor concentração de açúcar e gorduras, além dos pratos veganos ou vegetarianos, para atender a quem tem esse tipo de alimentação.

4. Orientação da equipe

Contratar pessoas capacitadas para lidar com as diferenças é uma boa forma de facilitar a comunicação dentro do evento.

Guias e intérpretes são a interface dos eventos acessíveis. Eles podem interagir com os convidados de forma a facilitar, incluir e melhorar a experiência dos participantes. A presença de intérpretes de Libras, por exemplo, é super importante para que participantes surdos possam compreender as informações e tirarem suas dúvidas com facilidade.

Outra forma de ajudar a equipe é disponibilizar folhetos informativos, contendo indicações sobre o espaço, horários e locais acessíveis no ambiente. Isso pode (e deve!) até passar a fazer parte da política de organização dos seus eventos.

5. Sinalização adequada é essencial

Você sabia que a sinalização é uma das formas mais diretas de prestar atendimento? Através dela é possível entender onde estamos, aonde vamos, e as mudanças que estão por vir. É uma fonte de informação imprescindível em qualquer tipo de evento, e para deixá-la super acessível a dica é simples. Invista em placas e cartazes com letras em tamanho legível, sempre lembrando da descrição em braille, que deve estar presente nos corrimãos, próximo às portas e saídas.

Dependendo do tamanho do seu evento, utilize alto-falantes espalhados pelo local, para que avisos sobre a programação, ou até mesmo sobre algum carro que está atrapalhando a passagem do pessoal no estacionamento, chegue até os convidados de maneira rápida e direta. Outra dica é aplicar um piso tátil no possível caminho que será percorrido pelas pessoas com deficiência visual. Isso dará muita autonomia e a experiência no evento será super bem avaliada – pode confiar!

6. A comunicação também deve ser acessível

Além de disponibilizar profissionais preparados e um espaço que ofereça estrutura suficiente, a maneira de comunicar vai fazer com que as pessoas se sintam confortáveis e estimuladas a participar do evento.

Quando se trata de acessibilidade em eventos, uma solução para organização é utilizar a Doity, uma plataforma online de gerenciamento de eventos que permite a criação de sites acessíveis em poucos minutos. Isso é possível, dentre outras coisas, por conta da integração da plataforma com o plugin de acessibilidade da Hand Talk.

No site do evento, o organizador tem a possibilidade de instalar a ferramenta da Hand Talk e os usuários passarão a ter acesso ao conteúdo traduzido para a Língua Brasileira de Sinais com a ajuda do Hugo que comanda a tradução.

Essa interação entre a Doity e a Hand Talk garante à comunidade surda acesso completo às informações disponíveis no site do seu evento, como inscrições, formas de pagamento, informações sobre palestrantes, horários, emissão de certificados etc. E como a plataforma disponibiliza templates que podem ser editados, tudo pode ser feito com a identidade do seu evento e do público.

Se a acessibilidade começar já nas primeiras etapas, o seu evento vai cumprir muito mais que a programação, vai atrair, respeitar e acolher as pessoas com deficiência, e isso é um grande sucesso!
E aí, gostou das dicas?! Que tal conhecer mais sobre como a tecnologia pode ajudar no sucesso do seu evento?

por Fernanda Lins e Karina Melo da Doity

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