Conheça o projeto que verifica a acessibilidade das páginas governamentais
De acordo com o censo da Web Governamental realizado pelo Comitê de Gestão da Internet no Brasil (CGI.br), em 2010 haviam 11.856 sites com o domínio .gov.br, que totalizam mais de 6,33 milhões de páginas. Isso representa uma média de 534 páginas por site vinculado ao governo, envolvendo as esferas municipal, estadual ou federal. Desde então não houve um novo censo, mas a tendência é que esses números tenham aumentado com o passar dos anos.
Entendendo a grande quantidade de sítios governamentais e o crescimento da presença de Pessoas com Deficiência no mundo digital, um ponto importante tem sido muito observado e exigido que eles ofereçam: a acessibilidade digital. O Ministério Público inclusive lançou, em agosto de 2020, um edital para propostas de projetos de monitoramento de acessibilidade, que gerassem relatórios com diagnósticos e recomendações para as adaptações necessárias em sites mantidos pelos órgãos públicos, os de empresas com maiores faturamentos e os e-commerces mais visitados. Isso só comprova que a acessibilidade digital é um fator imprescindível e esperado por todos, não um diferencial que as organizações devem oferecer para se destacar. Além disso, é importante lembrar que o artigo 63 Lei Brasileira de Inclusão (LBI) torna obrigatória a acessibilidade em sites no Brasil, garantindo o direito à informação das Pessoas com Deficiência:
“Art. 63. É obrigatória a acessibilidade nos sítios da internet mantidos por empresas com sede ou representação comercial no País ou por órgãos de governo, para uso da pessoa com deficiência, garantindo-lhe acesso às informações disponíveis, conforme as melhores práticas e diretrizes de acessibilidade adotadas internacionalmente.”
Cenário da acessibilidade das páginas governamentais
A TIC Web Acessibilidade é um projeto que desde 2010 coleta e verifica as páginas governamentais no mundo online. Ela foi desenvolvida pelo Centro de Estudos sobre Tecnologias Web (Ceweb.br), do NIC.br, com o apoio técnico do Departamento de Ciência da Computação da Universidade Federal de Minas Gerais (DCC/UFMG).
O projeto tem por objetivo avaliar o nível de conformidade dos sítios governamentais brasileiros com o Modelo de Acessibilidade em Governo Eletrônico (eMAG) e apresentar uma perspectiva da acessibilidade e os erros mais comuns encontrados nos sites sob o domínio .gov.br para que sejam corrigidos. Além dessas informações é oferecido um resumo das notas de tudo o que foi analisado, mostrando a porcentagem de páginas e sites dentro dos intervalos e apresentando uma visualização das falhas cometidas com maior frequência.
Na verificação de acessibilidade mais recente, os erros comuns encontrados estão relacionados a:
Marcação: não respeitar os padrões web, falta de organização do código HTML de forma lógica e semântica; não utilização correta dos níveis de cabeçalho; não fornecer âncoras para ir direto a um bloco de conteúdo; tabelas para diagramação; ausência de separação dos links subjacentes.
Comportamento: não disponibilização de todas as funções da página via teclado; não garantir que os objetos programáveis sejam acessíveis; utilização de redirecionamento automático de páginas; inclusão de situações com intermitência de tela.
Conteúdo: não identificando o idioma principal da página; não oferecendo um título descritivo à mesma; ausência da descrição de links de forma clara e sucinta; falta de descrições alternativas nas imagens; não utilização de mapas de imagem de forma acessível; não associação de células de dados às células de cabeçalho; não garantir a leitura e compreensão das informações; ausência de explicações para siglas, abreviaturas e palavras incomuns.
Apresentação: impossibilitando que o elemento com foco seja visualmente evidente;
Formulários: não fornecendo alternativa em texto para os botões de imagem de formulários; não associando etiquetas aos seus campos; não agrupando campos de formulário.
Muitos desses erros parecem simples, mas comprometem uma boa navegação das pessoas e consequentemente o nível de acessibilidade dessas páginas.
É importante lembrar que mesmo com os avanços tecnológicos, a avaliação de acessibilidade não deve depender apenas de verificações automáticas, mas sim de avaliações humanas e uma pode sempre complementar a outra.
Páginas governamentais e o Hand Talk Plugin
Pudemos entender que erros básicos comprometem a acessibilidade dos sites e acabam prejudicando o cotidiano de muitas pessoas. Elas ao entrarem em uma página de sua cidade, por exemplo, podem não conseguir acompanhar as informações atualizadas do que está acontecendo, conhecer campanhas realizadas e até mesmo participar de eventos que estão sendo oferecidos. Tudo isso porque um site não está adequadamente preparado para elas.
Um exemplo de público que enfrenta muitas barreiras de comunicação é a comunidade surda. Isso acontece porque a grande maioria se comunica por meio das Línguas de Sinais e possuem dificuldades de compreensão com as línguas escritas. Ao não encontrarem um site inacessível, acabam não tendo autonomia suficiente para consumir conteúdos online.
Pensando nesse público, a Hand Talk oferece hoje um plugin que traduz textos e imagens com descrição alternativa, para a Língua Brasileira de Sinais. Com instalação fácil com script o plugin não possui dependências e não precisa ser atualizado ou reinicializado quando o conteúdo da página for modificado. A solução vem quebrando essa grande barreira que para as pessoas surdas antes parecia indestrutível. Páginas governamentais como da Prefeitura de Indaiatuba, Prefeitura de São Paulo e Prefeitura Municipal de Valparaíso de Goiás, já adotaram o nosso plugin e estão tornando a web mais acessível com a gente.
Se você é responsável por um site governamental ou até mesmo de um site privado e também quer transformar o mundo em um lugar mais inclusivo, conheça o Hand Talk Plugin.
