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WSB: projeto promove a inclusão de surdos para acessibilidade digital 

Fundo laranja com a ilustração de uma pessoa no centro dentro de um círculo. Em sua volta existem alguns outros círculos conectando e dentro de um existe o sinal de surdo, no outro o sinal de Libras, no outro a ilustração de um olho e em um outro uma engrenagem.

Você já deve estar cansado de saber sobre a importância de quebrar as barreiras de comunicação para a acessibilidade. Até porque a gente fala muito sobre isso por aqui, rs! Muitas vezes essa transformação começa por um pequeno passo que pode virar um projeto mega bacana. Hoje vamos compartilhar o relato da Thabata Marchi que é apaixonada por tecnologia e queria fazer algo além do seu trabalho, algo que lhe desse um propósito maior e que pudesse ajudar as pessoas. Ela conta como o Web Sem Barreiras surgiu e os passos que a comunidade WSB vem dando em direção a um mundo digital mais acessível. 

O que é e como surgiu a Web Sem Barreiras? 

Sou desenvolvedora front-end desde 2010 e depois de três anos assisti a primeira palestra que falava sobre acessibilidade web. Em 2016, tive a ideia de conhecer pessoas com deficiência e fazer parte do mundo delas, entender seus desafios e buscar uma forma de ajudar a quebrar as barreiras. Nesse dia estava muito inspirada, lembrei desta primeira palestra e foi assim que tudo começou. 

Queria estudar e aprender mais sobre o assunto,  entender as dificuldades e desafios que as pessoas com deficiência passavam ao acessar a internet, mas não queria ler em livros ou buscar isso em milhares de vídeos e artigos, tinha interesse de ver isso na prática. Dessa forma, fui atrás de pessoas com deficiência, fiz entrevistas e acabei descobrindo mais sobre esse universo.  

Após conhecer o Danilo Beltrão e iniciar esse estudo, comecei a escrever artigos sobre o tema. Depois tive a oportunidade de ministrar palestras sobre o assunto nos eventos de Tecnologia da Informação. Foi nesse momento que buscava por um programador cego e encontrei meu amigo José Nilton. Então formamos o trio: Danilo Beltrão, José Nilton e eu. Todas as palestras que realizei a partir daí, eles estavam ao meu lado pela luta da pessoa com deficiência. 

Estava expert em relação às pessoas com deficiência visual, entendia suas barreiras e como ajudá-las, porém, não sabia nada sobre os surdos. Dessa forma, busquei por intérpretes que me mostrassem esse mundo e me apresentassem para eles. 

Conheci a Associação de Intérpretes e Surdos do Alto do Tietê, formamos uma parceria e fui conhecendo surdos. E agora minhas palestras além de contar com meus amigos Danilo e Zé, tinham surdos e intérpretes também. 

Em 2018, eu queria muito mais, meu objetivo era criar um evento que falasse apenas de Tecnologia da Informação e Acessibilidade, com foco em apresentar profissionais PCDs, para que eles nos ensinassem e compartilhassem seus conhecimentos no tema. Fui em busca de profissionais da área de TI PCDs e profissionais especializados na área de acessibilidade na web. Para este evento foi preciso escolher um nome, e decidimos por Web Sem barreiras.

A partir daí iniciamos os preparativos e em fevereiro de 2018 surgiu a comunidade WSB. Ela acabou se tornando uma comunidade forte com muitos PCDs e pessoas sem deficiência trabalhando juntos pela inclusão. Em 4 de agosto de 2018 realizamos o evento na cidade de Suzano, em São Paulo. Foi um grande sucesso que nem imaginávamos. Pessoas de diferentes lugares do Brasil vieram, Santa Catarina, Rio de Janeiro e interior de São Paulo. Mais de 100 participantes em um evento que durou 10 horas. Muitos até comentaram “está parecendo um congresso e não apenas um evento”. Foi lindo! Fui entrevistada pela TV Diário, além de diversas mídias de comunicação da região.

Depois disso, começamos o curso de criação de sites para surdos com o apoio do Serviço de Ação Social e Projetos Especiais – SASPE e Prefeitura de Suzano. Eles cederam o espaço e os intérpretes, e eu ministrei o curso. Foi uma experiência incrível, comecei a aprender Libras só de conviver com eles durante o curso. Tivemos uma live muito bacana pelo canal do Web Sem Barreiras com uma entrevista com dois surdos, profissionais de TI, Leandro Ortega e Tarcísio Castilho.

Neste ano, no dia 09 de fevereiro, também tivemos um workshop com Flávio Milani e Danilo Beltrão. Como intérprete de Libras neste dia tivemos a Erica Milani, organizadora do WSB, surda, mãe e uma das mulheres mais incríveis que já conheci.

Além dessas iniciativas que fizemos pela comunidade, estamos em busca de criar um curso de HTML e CSS para surdos da região da Grande São Paulo. Flavio Milani, organizador da WSB, e que tem sido o braço direito da comunidade, irá ministrar o curso. Estamos em busca de um espaço há algum tempo, mas ainda não tivemos sucesso. A WSB é feita por pessoas físicas, sem fins lucrativos, por isso, tudo que fazemos e fizemos é com ajuda das pessoas da comunidade, de pessoas que são apaixonadas pelo tema e outras que buscam ter seu espaço para mostrar o que sabem e todos que lutam pelas pessoas com deficiência. 

A WSB tem o intuito de continuar com iniciativas como a que fizemos até agora, para dar espaço aos profissionais PCDs, trazendo oportunidades, networking e trabalhando a inclusão social. Dessa forma, estamos em busca de patrocinadores para nos ajudar a realizar estas iniciativas, como o curso já mencionado e para os próximos eventos. Vamos em frente!

Viu como pensar em iniciativas inclusivas pode gerar resultados incríveis? Precisamos de mais ações como essa! Afinal, a mudança começa por nós. O que você está fazendo por um mundo mais acessível? Tem alguma iniciativa legal? Compartilha com a gente!  

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