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Entenda o WCAG 2.0 de forma simples e rápida

Imagem de fundo bege. Ao centro está escrito WCAG em roxo

O WCAG, ou Diretrizes Para o Conteúdo de Acessibilidade Web, é um documento que estipula os padrões de acessibilidade digital que devem ser seguidos pelos sites. A primeira versão (1.0) foi lançada em 1999. Depois disso, as diretrizes foram reformuladas em 2008, e no ano passado, passaram por uma nova atualização, que ainda não está disponível em português.

Essas recomendações foram todas desenvolvidas pelo W3C, o consórcio World Wide Web.

Nesse texto, vamos tomar como princípio o documento mais recente em português, ou seja, o WCAG 2.0, produzido no ano de 2008.

As diretrizes são muito úteis, pois com elas, é possível ter um direcionamento e saber quais os caminhos para construir um site acessível. No entanto, em um primeiro momento, a linguagem do documento, que é voltada especialmente para programadores, pode parecer complexa e difícil de entender. Mas não se preocupe! Nesse texto, você vai entender como as diretrizes de acessibilidade foram pensadas de forma lógica, e a partir disso, compreendê-las melhor rapidamente.

É importante ter em mente que quando trata-se de acessibilidade digital, o público a ser atingido é muito diverso. Por isso, requer diversas medidas diferentes. Para pensar a acessibilidade de pessoas cegas, por exemplo, são imprescindíveis as descrições alternativas. No caso dos daltônicos, o contraste é questão essencial. Grande parta das pessoas com deficiência auditiva, necessitam de tradução em Línguas de Sinais. E esses são apenas alguns poucos exemplos que podem ser citados. Sendo assim o WCAG 2.0 é um documento extenso e que contém diversas especificações, para abranger todos os públicos da forma mais completa possível.

Entendendo melhor o WCAG 2.0

O infográfico a seguir explica de forma bem didática como está o organizado o documento. Ele é divido em quatro princípios, que possuem recomendações. Essas últimas, por sua vez, são avaliadas por meio critérios de sucesso, alcançados através de técnicas específicas.

imagem de fundo azul. Ao centro está um infográfico, que se organiza por meio de encaixes, como um lego. Na maior peça, está escrito: princípios. Elas vão diminuindo progressivamente, onde está escrito respectivamente: recomendações, critérios de sucesso e técnicas. As peças são quadradas e vão alternando entre as cores amarelo e laranja.

Os princípios

Perceptível: de acordo com esse princípio, é necessário que os conteúdos sejam apresentados de mais de uma forma. Para isso, uma descrição alternativa das imagens, legendas em vídeos ou outros tipos de multimídia, e um código de HTML que consiga compreender leitores de tela são requisitos.

Com essas medidas, o conteúdo do site não estará sendo transmitido de uma única maneira, o que o torna perceptível para um público que antes estaria impossibilitado de acessá-lo.

Operável:  como o próprio nome diz, um site adequadamente operável é aquele em que todos os usuários consigam realizar as diversas operações sem barreiras de acesso. Por isso, é necessário que a codificação de HTML esteja ajustada, a fim de permitir a navegação pelo teclado. Além disso, a velocidade da página deve ser equilibrada: nem muito rápida, nem muito devagar e estruturar os cabeçalhos de forma organizada também é necessário. Por fim, devem ser evitados o uso de dispositivos que sejam um gatilho para ataques epiléticos: o excesso de cores e iluminação, ou a utilização exagerada de pop-ups costumam ser prejudiciais nesse sentido.

Compreensível: o terceiro princípio diz respeito sobretudo ao conteúdo textual dos sites. Além de uma escolha adequada de fontes, é necessário evitar expressões específicas, escrever sentenças de forma clara e objetiva. Medidas como essa tornam o site acessível sobretudo para pessoas com dislexia ou deficiências intelectuais, mas também podem ser muito úteis para aqueles que não fazem parte de determinado contexto, ou têm dificuldades de leitura por algum motivo.

Robusto: o último conceito diz respeito à codificação do website. O WCAG estipula que o HTML deve estar alinhado a ponto de estar apto para rodar as tecnologias assistivas existentes e também para tornar o site navegável pelo teclado, o que neste último caso é imprescindível para pessoas com deficiência motora.

Recomendações e critérios

Em cada princípio do WCAG existem recomendações a serem seguidas que são niveladas a partir dos chamados critério de sucesso.

Para ficar mais claro, vamos tomar como exemplo uma recomendação do terceiro princípio (compreensível).

“3.1.4 Abreviaturas: Está disponível um mecanismo para identificar a forma completa ou o significado das abreviações. (Nível AAA)”

Imagem de fundo roxo, com o sinal de acessibilidade à esquerda. Ao lado direito da figura está escrito: o guia final de ferramentas de acessibilidade digital.

Os critérios de sucesso são separados por níveis de conformidade: A, AA, ou AAA. No nível A estão alguns critérios mais simples, que representam apenas barreiras mais significativas de acessibilidade. Já um site que segue as recomendações do nível AA, apresenta para a maior parte dos usuários, garantindo acesso à grande maioria dos conteúdos. E por fim, as recomendações do nível AAA, são um refinamento das anteriores, sendo especificações mais detalhadas e que trazem um nível mais sofisticado de acessibilidade.

Como já foi dito no começo do texto, no ano de 2018 o WCAG foi atualizado, e agora a versão mais recente do documento é o WCAG 2.1, mas ainda não há tradução para o português. De forma geral, o conteúdo continua muito parecido, mas os critérios de sucesso agora estão mais completos. Agora, eles estão explicados com mais detalhes e além disso, há links e exemplos para que seja de mais fácil compreensão. Isso pode ser útil para tornar ainda mais claro quais os caminhos a serem seguidos na hora de tornar um site acessível.

Conte com a ajuda dos avaliadores

Num primeiro momento, essas recomendações parecem muitas e difíceis de serem colocadas em prática. Mas calma! Existem vários avaliadores de acessibilidade que seguem as diretrizes do WCAG 2.0. Com eles, você consegue entender no que precisa melhorar, e em alguns casos, como pode fazer isso. No ASES, por exemplo, que foi realizado pelo ministério do planejamento, você pode corrigir os problemas do seu código. No DaSilva, o primeiro avaliador em língua portuguesa, você consegue ver quantas URLs já foram analisadas anteriormente, e no Avaliador do MWPT, é possível ver em que nível está o seu site em relação a outros que já foram avaliados. Essa é uma forma simples e rápida de saber por onde começar!

Depois de ler o WCAG 2.0 e avaliar o seu site, fica a dúvida sobre quais técnicas utilizar para conseguir de fato ter um conteúdo acessível. Nós preparamos um Guia de Ferramentas de acessibilidade digital que vai te auxiliar muito nisso! Lá, selecionamos algumas das melhores tecnologias presentes no mercado, desde avaliadores mais específicos para questões pontuais, até plugins e leitores de tela. Confira esse material!

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