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A história do professor Marcos e sua paixão pela educação e pela Libras!

Professor segurando caderno no centro, com corações e símbolos da Libras à sua volta

Há um tempo atrás a gente pediu para que vocês nos enviassem as suas histórias com o Hugo. E hoje a gente vai contar o caso do professor Marcos, lá de Alagoas!

O Marcos é uma pessoa incrível. Ele é professor da rede pública no sertão de Alagoas e em 2015 passou por uma experiência que o mudou pra sempre. A história do Marcos nos mostra como não existem barreiras para a acessibilidade quando estamos dispostos a quebrar os nossos preconceitos!

E nada melhor do que ouvir essa história direto da boca de quem a viveu. Dá uma olhada no relato do professor:

Olá meu nome é Marcos Alves, sou professor da rede rede pública de ensino do sertão de Alagoas, cidade de Ouro Branco. Como sabemos, nem sempre a escola municipal tem condições de atender as pessoas em suas particularidades. E isso eu sofri na pele.

No ano de 2015, eu tive uma aluna surda e como leciono matemática, sempre busquei ser divertido e interativo, para tentar desmistificar o ensino dessa “exata”, mas esse ano foi especial para mim.
Quando a aluna chegou na minha sala, já estava iniciado o ano letivo, sabe aquela correria? Foi isso que aconteceu. A aluna chegou, por algum motivo, não fui informado da deficiência daquela jovem, pouco mais de 12 anos.

Segui dando aula por vários dias, sem perceber nada, até perceber que em minhas palhaçadas, alusões com o conteúdo aplicado, brincadeiras que sempre faço para tornar dinâmico o processo do aprender, ela nunca interagia. Fiquei intrigado com aquela jovem, até que um dia fui até ela, pedi seu caderno e observei sua caligrafia linda e perguntei, o porquê dela ser tão quieta e não participar das aulas.

A resposta foi a pior que pude ter, o silêncio, insisti, até que um aluno, rindo, disse ela é “muda”.

Naquele momento meu mundo caiu, primeiro pelo fato de não ter percebido aquela peculiaridade da aluna e segundo pelo motivo de não saber lidar com a situação. Passei umas três aulas somente copiando, enquanto isso pesquisava sobre a deficiência, questionando o tempo todo minha preparação como docente.
Mas não desisti, nesse meio tempo em que apenas escrevia no quadro, busquei aprender, primeiro a me relacionar e depois a como lidar com a situação. Foi então que encontrei a Hand Talk e esse negócio mudou minha vida.

Além de me orgulhar, pois é fruto da nossa terra, Alagoas. Fiquei apaixonado, pois enquanto buscava aprender Libras, eu também ensinava aquela garota, escrevia, pois ela conseguia ler algumas coisas e depois víamos os sinais daquela palavra e depois frases.
Por motivos familiares, a jovem mudou-se para outra cidade no meio desse processo, mas aquilo me estimulou a continuar, foi quando entrei em uma sala de EJA e encontrei outra jovem surda. Vejo os alunos espantados quando me veem conversando com ela, combinando algumas coisas durante as aulas.

Até ensinei aos colegas de classe a cumprimentá-la, entre outras coisas!

Hoje meu maior desafio não é somente aprender libras, mas ensinar também, pois se os alunos surdos devem aprender português, os ouvintes também devem aprender libras. Já vi de uma surda que mudei sua história, mas respondi para ela, ninguém, nesta história, foi tão beneficiado quanto eu.
Quando me perguntam que língua eu falo, eu sempre digo, Português e estou aprendendo Libras.

Obrigado surdos pela oportunidade única de poder crescer como profissional e como ser humano! Obrigado Hand Talk por facilitar minha vida e me ajudar a ser melhor. Sei que um dia serei fluente nesta língua, com sua ajuda. Eu amo Libras e eu amo o que faço.

E você? O Hugo também já te ajudou a conversar com algum surdo? Conta pra gente nos comentários!

Fundo laranja. Na esquerda, o Hugo e a Maya sorrindo, ao lado deles, um balão escrito "Aprenda uma nova língua com nossos tradutores virtuais". Do lado direito, as bandeiras do Brasil e Estados Unidos, indicando as línguas ASL e Libras.

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